A área de qualidade assume uma importância estratégica para a diferenciação e competitividade de qualquer empresa que produz alimentos. A qualidade é crucial para todas as áreas da empresa e pode beneficiar diversos departamentos, incluindo a área de compras. Nos últimos anos aqui na Optimal, temos trabalhado com várias empresas para fornecer informações essenciais que auxiliam na seleção e qualificação de fornecedores.
Realizar análises detalhadas das matérias-primas recebidas, identificando parâmetros como proteína, fibras, umidade e contaminantes, garante que apenas fornecedores que atendem aos padrões rigorosos da empresa sejam considerados. Isso reduz significativamente o risco de adquirir materiais de baixa qualidade, que poderiam comprometer a produção e a segurança alimentar. Além disso, a análise contínua e sistemática das matérias-primas permite a identificação de tendências e variabilidades nos lotes recebidos.
Com esses dados, a área de qualidade pode fornecer feedback regular e detalhado à área de compras, ajudando a negociar melhores condições e a estabelecer parcerias mais estratégicas e confiáveis com os fornecedores.
No entanto, implementar esse processo de monitoramento e comunicação contínua pode ser desafiador devido a problemas como planilhas descentralizadas e dados inconsistentes. Essas dificuldades impedem muitas empresas de implementar uma estratégia eficiente para a qualificação de fornecedores. Abaixo, compartilhamos nossas experiências e boas práticas para iniciar esse processo com sucesso. Continue lendo!
Da amostragem à comunicação dos resultados
Criar um programa de controle de qualidade com processos e padrões bem definidos para as matérias-primas é essencial para garantir produtos finais de alta qualidade. Com um programa robusto, você pode avaliar fornecedores de forma precisa, identificando aqueles que atendem aos critérios rigorosos da empresa e ajudando a manter a consistência e segurança dos produtos.
Um ponto crucial nesse programa é a amostragem. É importante coletar informações como a origem da amostra, o fornecedor, o veículo de entrega e as condições da entrega. Essas informações ajudam a organizar melhor o processo e a realizar análises mais precisas.
Quando as matérias-primas chegam à fábrica, é essencial coletar amostras representativas de cada lote. Essas amostras vão para o laboratório, onde são testadas. Utilizando equipamentos de NIR ou métodos de química úmida, os resultados analíticos são emitidos e as estatísticas necessárias são feitas.
E aqui estamos prontos para começar! Com esse processo bem estruturado, a equipe de compras pode tomar decisões informadas sobre os ingredientes a serem comprados. Os dados gerados permitem à empresa ter um melhor controle e classificar os fornecedores, contribuindo para a eficiência econômica e reduzindo custos com rejeições e reformulações.
Análise Estatística dos Resultados
Dentro do laboratório, as amostras coletadas dos itens recebidos passam por uma série de testes para avaliar os principais componentes nutricionais, como proteínas, fibras, umidade e gordura, além da análise de contaminantes como micotoxinas e metais pesados. Também são realizadas análises microbiológicas e de fatores antinutricionais, entre outras.
Ferramentas como a espectroscopia no infravermelho próximo (NIR) podem ser usadas para análises rápidas, complementadas por métodos laboratoriais clássicos para confirmar os resultados. Com esses dados em mãos, o próximo passo é compilar e calcular estatísticas descritivas, como média, desvio padrão e coeficiente de variação. Identificar padrões e desvios nos resultados ajuda a detectar problemas de qualidade e a tomar decisões informadas sobre a qualificação dos fornecedores.
Critérios de Qualificação de Fornecedores e Avaliação Contínua
É fundamental estabelecer critérios claros para a aceitação das matérias-primas, definindo limites aceitáveis para cada parâmetro analisado. A avaliação contínua dos resultados permite monitorar a performance dos fornecedores ao longo do tempo. Fornecer feedback regular aos fornecedores é essencial para garantir melhorias contínuas na qualidade das matérias-primas.
Vamos supor que você está classificando fornecedores com base na Proteína Solúvel em KOH, através da análise de lisina reativa. Esse teste avalia a qualidade do processamento da soja, determinando a quantidade de proteína solúvel no farelo, que é a proteína disponível para absorção pelos animais. Quanto maior a proteína solúvel, melhor a disponibilidade de proteína e aminoácidos para os animais.
Com base nos resultados das análises e nos critérios estabelecidos, os fornecedores podem ser classificados em categorias. Fornecedores Classe A demonstram alta consistência e conformidade com os parâmetros. Fornecedores Classe B têm pequenos desvios, mas geralmente atendem aos requisitos. Fornecedores Classe C apresentam desvios significativos e precisam de ações corretivas.
Agora, imagine que você quer avaliar a variabilidade nutricional da Proteína Bruta nos Farelos de Soja recebidos. O laboratório analisou 11 lotes de diferentes fornecedores, usando NIR para determinar o teor de proteína. Você descobriu que os fornecedores têm médias e desvios padrões diferentes. Se você tem um limite de quantificação definido, essa análise pode ajudar a identificar fornecedores com maior variabilidade de entrega. Essa variabilidade pode ser um fator decisivo para garantir maior conformidade e previsibilidade, o que, por sua vez, melhora a precisão da matriz nutricional usada na formulação.
Conclusão
Estabelecer parcerias estratégicas com fornecedores é uma forma eficaz de melhorar a qualidade das matérias-primas. Implementar programas de treinamento e desenvolvimento para os fornecedores pode ajudar a alinhar os padrões de qualidade. Além disso, é essencial revisar periodicamente os critérios de qualificação e os processos de análise, ajustando-os conforme as novas pesquisas e desenvolvimentos na área de nutrição animal.
Qualificar fornecedores de matérias-primas de forma eficaz é fundamental para garantir a qualidade e segurança dos produtos finais. Usando uma abordagem baseada em dados e análises estatísticas com softwares como o Optimal Labinfy, é possível selecionar fornecedores confiáveis, promover melhorias contínuas e manter altos padrões de qualidade. Isso não só assegura a saúde e o desempenho dos animais, mas também contribui para a eficiência econômica e a sustentabilidade da produção.
A colaboração estreita entre as áreas de qualidade e compras resulta em uma gestão de custos mais eficaz. Com os dados fornecidos pela qualidade, a área de compras pode tomar decisões mais informadas, evitando desperdícios e custos adicionais com matérias-primas inadequadas. Essa sinergia não apenas otimiza os processos internos, mas também fortalece a competitividade da empresa no mercado de nutrição animal.